(Mosaico com Mulheres de Poesia. Você conhece todas ? )
Não importa o feminino de Poeta, o que queremos mesmo é agradecer, agradecer e muito a essas mulheres de Poesia, que deixam o mundo muito mais intenso, verdadeiro e poético.
São inúmeras, de ganhadoras de Nobel como Wislawa Szymborska, que nos deixou recentemente, Cecília Meireles, Adélia Prado, Elizabeth Bishop, Sofia de Mello Breyner, Alice Ruiz, Ana Cristina César, Hilda Hilst, Natália Correia, tantas, tantas, que falaremos através da poesia delas, para homenagear a todas as mulheres do Mundo.
Briga no beco
Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.
Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.
Ataquei-os por trás com mãos e palavras
que nunca suspeitei conhecer.
Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.
Ajuntou gente, escureceu o sol,
a poeira adensou como cortina.
Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, fêmea-ofendida,
uivava.
Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.
Quando não pude mais fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo graças.
Desde então faço milagres.
Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.
Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.
Ataquei-os por trás com mãos e palavras
que nunca suspeitei conhecer.
Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.
Ajuntou gente, escureceu o sol,
a poeira adensou como cortina.
Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, fêmea-ofendida,
uivava.
Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.
Quando não pude mais fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo graças.
Desde então faço milagres.
Adélia Prado
LUA ADVERSA
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles
AS TRÊS PALAVRAS MAIS ESTRANHAS
Quando pronuncio a palavra Futuro
a primeira sílaba já pertence ao passado.
Quando pronuncio a palavra Silêncio,
destruo-o.
Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não-ser.
Quando pronuncio a palavra Futuro
a primeira sílaba já pertence ao passado.
Quando pronuncio a palavra Silêncio,
destruo-o.
Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não-ser.
Wislawa Szymborska
Qual Mulher de Poesia você gosta, mandem os poemas delas.
E abraços Poéticos para Todas as Mulheres.
Sobre o Autor:Talles Azigon é Poeta,Contador de Histórias e Produtor Cultural, um dos poetas e produtores do Templo da Poesia e produtor cultura do Centro Cultural Banco do Nordeste, também pesquisa e insere a poesia nas suas contações de histórias. Escreve para blogs incluindo o seu http://tallesazigon.blogspot.com |
1 comentários:
ÊXTASE (Ao Carlyle Martins)
Com as asas da Fé transporto-me às alturas
E sondo a profundidade enorme dos mistérios,
Vejo a estrela brilhar nos pássaros etéreos
E me enlevo a fitar as lúcidas planuras.
Ai! Que clarões divulgo!... Nesses mundos aéreos
Não se sente de leve as trevas e amarguras,
Deste viver terreno, entre ilusões e agruras
Quem me dera fugir aos espaços sidéreos!
Eu te bendigo, oh! Fé que me levas assim,
Bem longe das misérias... na amplidão sem fim
Onde reina a beleza esplêndida dos céus;
Feliz de quem se sente assim arrebatado
Num êxtase de amor, ao trono constelado
Bem perto do infinito e bem junto de Deus!
Francisca Clotilde. Revista A Estrella, jun. de 1916
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O amor de todo mundo Para mudar o mundo.... (Ítalo Rovere) Abraços Poéticos